A história da América Latina é uma história escrita com sangue
Sob a devota fé da cruz
Sob a ferrenha lei da espada
Ergueram-se aqueles das profundas raízes
De um mundo que unia consciência
E universo em apenas um
Pois toda noite alcança o dia
Levantaram os punhos da liberdade!
Com o rebentar de mil grilhões!
Se não há paz, que haja guerra
À injustiça!
À servidão!
E não se esquecerá daqueles que aqui viviam
Quarenta mil foram o suficiente
Para marchar aos portões de Cuzco
E desafiar a praga ibérica
Lembra-vos aqui do sangue antigo
Que derramai por sobre o solo
As veias que se abrem da América Latina
Olhai agora, filho de Deus
Contemple a fome e a miséria
Em uma terra que não a tua, em um povo que não o teu
A injustiça
A servidão
Que não se cessará pr’aqueles que aqui caíram
Amaru! Espelho dos tempos!
Estendem-se ainda hoje as sombras de teus lamentos
Tão árdua luta quanto os Andes
Frio encontrou na traição
E em seu sonhos de liberdade
Se eternizara a rebelião
Tupamara